Saturday, June 16, 2007

Family Portraits


capa/cover

ESGOTADO! SOLD OUT!
Edição única e limitada a 90 exemplares.
Assinados, numerados e carimbados por André Lemos.
Capa serigrafada a três cores sobre papel Vidia 300 gr/m2
Interior fotocopiado a preto sobre papel branco 80 gr/m2.
Cada exemplar inclui uma fotografia de retrato antiga
dos sécs: XIX e XX.
Embalado em saco de plástico de pressão.
Março 2007
24 pgs
21,4 x 15 cm
6,oo €
/One-time edition, limited to 90 copies. NO REPRINT!
Signed, numbered and stamped by André Lemos.
Three colour silkscreened cover printed on 300 gr/m2
Vidia paper by Mike Goes West.
Inside photocopied black on 80 gr/m2 white paper.
Each copie includes an old portrait photo from the
XIXth and XXth centuries.
Zip-lock bagged.
March 2007
24 pgs
21,4 x 15 cm
6,00 €
distribuído por /distributed by Chili Com Carne
ver interior aqui / inside here
feedback:

(...) 1. Do livro como objecto artístico
Family Portraits tem capa serigrafada (...) e uma fotografia
no interior da contracapa, diferente em cada exemplar,
sendo o miolo policopiado, à imagem dos livros anteriores da
Opuntia Books, selo editorial da responsabilidade do próprio autor.
Esta descrição, para além do seu propósito mais primordial
(ou seja, o de fornecer alguns elementos que possam enquadrar
os objectos de que se fala), ajuda a definir uma das características
essenciais (...): a sua manufactura. A condição de livros parcialmente
elaborados pelo próprio autor (digo parcialmente, na medida em que
pelo menos uma máquina policopiadora teve a sua participação),
que recorre a uma intervenção directa em todo o processo de
manufactura, prescindindo do habitual modelo em que um suporte
informático é entregue a uma gráfica para que o transforme em
livro impresso industrialmente, é a primeira especificidade (...),
assim transformadas em objecto-livro, com cada exemplar
individualizando-se sob a acção directa do seu autor.
Não estamos, por isso, na presença de conteúdos verbais, gráficos e
visuais que nos foram apresentados sob uma determinada forma,
mas que poderiam ser transpostos para uma outra sem que com isso
perdessem ou ganhassem mais do que a mera harmonia (ou desarmonia)
visual que um outro design lhes pudesse imprimir, mas antes na presença
de um objecto global, cuja forma se apresenta como parte intrínseca e
inexpugnável do seu conteúdo. Passar estes livros por um scanner, por
muito potente que fosse, e editar o resultado dessa digitalização em,
digamos, off-set, seria o mesmo que imprimir as fotografias dos quadros
de Francis Bacon (o exemplo é aleatório, claro) e considerar essas
impressões, independentemente da sua possível qualidade, do mesmo
modo que os quadros.


2. Do desenho como contaminação do espaço
Os livros de André Lemos, já o sabíamos, não se prestam a leituras óbvias,
arrumadas pela segurança da sequencialidade esperada no voltar das páginas.
Nesse sentido, a forte consciência do incómodo é a certeza primeira com que
nos deparamos quando tentamos uma abordagem de leitura organizada e
crítica. Sem sequência narrativa perceptível e sem uma lógica imediatamente
identificável que nos salve do caos, restam as composições visuais,
frequentemente incluindo elementos gráfico-verbais, as manchas de tinta que
se espalham no papel, contaminando cada poro da celulose num caminho de
significações várias (os ‘vírus’ ou ‘fungos’ de que falou Pedro Vieira de Moura
num texto sobre o autor, publicado no catálogo do Festival de Beja), e as
diferentes equações narrativas que podem construir-se (porque não são um
dado, à partida) a partir de cada imagem.

3. Do retrato como elemento narrativo
Em Family Portraits, a decifração de núcleos narrativos e de sentido é mais
claramente perceptível do que noutros trabalhos do autor. Essa percepção
é possibilitada pela própria estrutura do livro, dividida em três núcleos
familiares distintos, cada qual com os seus retratos individuais, e igualmente
pela presença de textos que, surgindo a par com as imagens de cada página,
permitem acompanhar um percurso narrativo. E os retratos, cristalizações
de um rosto sem aparente poder desencadeador de uma qualquer
sequencialidade, são, pela sua sucessão, um elemento imprescindível para
essa percepção. Embora a estrutura dos três núcleos seja a mesma
(pai, mãe, filho e avô são sempre os retratados), a legenda que acompanha
os retratos de cada elemento das três famílias constrói três narrativas
distintas. E no entanto, as três partilham a mesma obsessão pelo consumo
ou pela disseminação de futilidades várias, uma espécie de tunning pessoal
– físico e mental, tanto mais apropriado ao universo que se cria neste Family
Portraits quanto a materialidade palpável, e quase coisificável, das
personagens. Os Ruin, os Plastic ou os Tornado vivem histórias e realidades
diferentes, mas o facto de cada um dos elementos da família se encontrar
em constante olhar sobre si próprio e o interesse pelo banal elevado à
categoria de imprescindível fazem de cada um deles um reflexo possível de
um certo protótipo de família dos tempos que correm.
Sara Figueiredo Costa

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Boas André,

Vou abrir uma livraria muito muito brevemente(se tudo correr bem ainda esta semana) e gostaria de saber como posso ter os teus trabalhos à venda no meu espaço.
O meu contacto é: Alif701@yahoo.es

Cumprimentos

André Ferreira

9:04 PM  

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